A saúde mental é um assunto importantíssimo e, felizmente, cada vez mais debatido. A confusão acerca da inclusão da Síndrome de Burnout – doença ocupacional caracterizada por exaustão ou esgotamento mental, usualmente acompanhada de sentimentos negativos ou cinismo relacionados ao próprio trabalho e perda de efetividade nas tarefas diárias – no Código Internacional de Doenças (CID 10) teve, ao menos, o efeito positivo de estimular debates sobre essa e outras doenças mentais.
Mesmo assim, ainda há muito a ser debatido para que a questão ganhe a relevância que merece, ao menos em nossa opinião. É preciso desmistificar o termo “doenças mentais”. Aliás, usado para classificar problemas de saúde muito diversos, que vão desde a demência até depressão, passando por transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), autismo, síndrome de Down, dislexia e muitos outros.
O assunto é especialmente importante se considerarmos que o Brasil é o País com a maior proporção de ansiosos no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população no País têm algum nível de transtorno de ansiedade. Além disso, ainda de acordo com a entidade, 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão. O que nos coloca como o quinto País com maior taxa de depressivos no mundo.
É fundamental entender que esses distúrbios não estão relacionados apenas ao indivíduo e suas faculdades mentais ou herança genética, mas também a questões socioculturais, cenário político-econômico, fatores ambientais e, inclusive, condições de trabalho.
Questões que ainda precisam ser melhor compreendidas em todo o mundo. Um levantamento da OMS indica que entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado. Já nos países de baixa e média renda, o porcentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%.
Outro indicativo da relevância do assunto é o destaque dado ao tema nos relatórios de tendências para o setor de saúde da AON Hewitt, Willis Tower Watson e Mercer Marsh – já comentados aqui. Parece consenso que o valor gasto para o tratamento dessas doenças deve avançar nos próximos anos e se juntar à lista das enfermidades que mais “consomem” recursos no setor, ao lado de câncer, doenças cardiovasculares e musculoesqueléticas.
Se você quer contribuir para esse debate e tem um estudo sobre o assunto, não perca essa oportunidade de colaborar para o aperfeiçoamento do setor de saúde no Brasil e inscreva-se já no IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Confira o regulamento.
Ah, se você quer saber um pouco mais sobre a história do tratamento de doenças mentais no Brasil e no mundo, recomendamos a leitura da entrevista do Dr. Valentim Gentil, psiquiatra responsável pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), no site do Dr. Drauzio Varella.
Fonte: www.iess.org.br